"Não fiques triste porque acabou, sorri por ter acontecido."
23:44:00
Não me conheço, será momentânea esta minha não-aceitação do mundo exterior? Estou num furacão, parece desordenar-me todo o ser, cada vez mais me irrompo da vontade de sorrir, talvez uma menor aspiração mas uma maior autonomia do pensar e do agir.
Estou numa posição adversa em relação ao que é o amor. Implacável e favorável por vezes, transforma-nos a todos, faz-nos perceber que o bem-estar de quem verdadeiramente amámos é essencial e sumptuoso.
Luto todos os dias contra uma imagem tua, contra recordações que jamais o tempo apagará, contra o meu desejo de deixar a solidão assenhorear-se de mim e eu desejar desaparecer. O tempo não volta, segue sempre... as folhas ainda não esbarraram nos solos gélidos e calcetados de memórias infinitas. De novo modificarei a minha rotina, o meu corpo anda cansado de se contemplar com um só vulto, que na real só me trás amargura e me muda de todas as maneiras.
Aceitei desafogadamente a distância, aceitei solitariamente a dor, deixei de ser paciente, pois quanto mais aguardava mais me atraiçoava.
Rio-me neste instante do futuro, choro do passado e calo piedosamente a minha boca com o presente... refugio-me no pequeno lugar que só algumas pessoas guardaram para mim. Não consigo agradecer a tal gente o que fizera por mim, nunca me deixaram cair brutalmente na esperança e fizeram tudo ao seu alcance para me implantar bruscamente a penosa realidade.
Depois da dura e calejada verdade, eu própria me mentalizei de que o tal "sempre" tem um fim. Mas que fique compreendido que cada um dirige a sua vida e só cada um adaptará ao seu jeito o "sempre".
Em todas as relações fala-se em destino, o destino separa, às vezes magoa-nos, outras vezes saúda-nos, eu não acredito no destino... sigo à minha maneira.
Interroga-me: Custa seguir em frente?
Se custa..
De tal forma que me sinto incompleta, de tal forma ainda me prendo ao passado não querendo efectivamente seguir e, manter-me viva com memórias mas mantenho-me vivo de outra forma. Sem ti, sem nós, só eu, simplesmente a procurar o meu caminho... o meu refúgio.
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