Amar alguém foi dar o melhor de mim, oferecer o coração inteiro, acreditar que a entrega valeria a pena. Mas um dia, a verdade caiu como um peso insuportável: não fui suficiente (novamente).
Um ano de ilusões, um ano a viver dentro de uma mentira, até perceber que o amor que dava não era o amor que recebia.
A dor não veio só da perda, mas do engano, do vazio de ter acreditado no que nunca existiu. E, diante disso, o coração cansou. Decidiu fechar-se. Agora, não ama mais para fora — vive apenas para mim, por mim, cuidando das próprias feridas, recolhendo os pedaços que ficaram espalhados.
Não é que tenha deixado de acreditar no amor.
O amor continua a existir, mas ficou guardado numa gaveta escondida. A razão é simples: o medo. Medo de voltar a ser enganada, medo de voltar a cair, medo de se ver destruída mais uma vez.
Então, a escolha foi clara: não amar é mais seguro do que correr o risco de me perder outra vez.
E assim, o coração aprende a viver sozinho. Não porque não saiba amar, mas porque se ama o suficiente para não permitir que alguém o desfaça outra vez.

